top of page

PDSA ou PDCA? O que diria Deming?

  • Circling Back – Clearing up myths about the Deming
  • 7 de mar. de 2017
  • 4 min de leitura

PDSA ou PDCA: Shewhart, em Statistical Method From the Viewpoint of Quality Control, publicado em 1939, foi o primeiro a introduzir o conceito. Ele fez isso, por meio de uma linha reta de três passos: especificação, produção e inspeção. Depois, ele revisou sua ideia transformando-a em um ciclo.

Como justificativa, Shewhart escreveu: pode ser útil pensar nos três passos do processo de produção em massa como o método científico. Nesse sentido, especificação, produção e inspeção, equivalem-se a geração da hipótese, realização de um experimento e teste das hipóteses levantadas. Desse modo, os três passos constituíram um processo científico dinâmico de adquirir conhecimento.

O conceito do Shewhart foi evoluindo e deu origem ao que se tornou conhecido como Ciclo de Shewhart.

Deming tinha acesso privilegiado ao conhecimento do Shewhart, pois aos 39 anos, ele editou uma série de aulas que Shewhart havia dado ao Departamento de Agricultura dos EUA. Tal edição, tornou-se a base para o livro de Shewhart lançado em 1939.

Deming, ao estudar o tema, modificou o conceito do ciclo de Shewhart. Ele teve a chance de apresentar a nova versão do ciclo em 1950 durante um seminário de 8 dias no Japão, patrocinado pela JUSE.

Em sua nova versão do ciclo, Deming reforçou a importância da interação constante entre os quatro passos: design, produção, vendas e pesquisa. Ele enfatizou que os passos deveriam ser rodados constantemente. Com a qualidade do produto ou serviço sendo utilizada como objetivo. Essa nova versão do ciclo, ficou como o Ciclo de Deming ou o Círculo de Deming.

A evolução da roda de Deming

De acordo com Masaaki Imai, executivos japoneses reformularam a roda de Deming apresentada na Juse em 1950, no Ciclo PDCA. Imai, porém, não dá detalhes sobre quais executivos foram responsáveis pela reformulação ou como eles traduziram a roda de Deming no ciclo PDCA. Nenhum executivo chamou à si, a autoria dessa revisão comentada pelo Imai.

O resultado dessa modificação, criou o famosos Ciclo de PDCA que tem os seguintes tópicos:

  • Plan: definir o problema e gerar hipóteses para as causas e soluções.

  • Do: implementar a solução.

  • Check: avaliar os resultados.

  • Act: retornar a fase do plan se os resultados não forem satisfatórios, ou padronizar a solução se os resultados forem satisfatórios.

O Ciclo PDCA também enfatiza a prevenção da recorrência do erro estabelecendo padrões e quais normas devem ser modificadas para solucionar o problema.

Mais uma vez, outros quiseram melhorar ou revisar o ciclo. E, dessa vez, foi Kaoru Ishikawa. Ele redefiniu o ciclo PDCA para incluir algo a mais na etapa do planejamento: determinar os objetivos e metas e, estabelecer os métodos para alcança-las.

Na etapa do Do, Ishikawa também inclui o treinamento e a educação para garantir a implementação. Ishikawa dizia que bom controle significava revisão constante dos padrões para refletir a voz do consumidor e suas reclamações, assim como as demandas do próximo processo. O conceito por trás do termo controle (kanri) deveria ser desdobrado por meio da organização.

O Ciclo PDCA com as atualizações e melhorias feitas por Ishikawa, levam até S. Mizuno do Instituto de Tenologia de Tokyo em 1959. As sete ferramentas básicas (folha de verificação, histograma, Gráfico de Pareto, Diagrama Espinha de Peixe, Gráficos de Tendência, Diagrama de Dispersão e Estratificação) tornaram-se o princípio central da qualidade japonesa. Essas ferramentas, juntas do Ciclo PDCA e do controle de qualidade no formato QC Story, tornaram-se a fundação da melhoria (kaizen) no Japão e continuam sendo utilizadas até hoje.

PDSA: a evolução do ciclo

Mais de 30 anos após a primeira revisão do Deming do Ciclo de Shewhart, Deming reintroduziu o assunto durante seu seminário de 4 dias que ele fazia nos anos 80. Ele disse que a última versão veio direto de sua versão dos anos 50.

Deming disse: “Qualquer passo pode precisar da orientação da metodologia estatística para a economia, velocidade e proteção contra falhas nas conclusões obtidas de testes e medições em que haja efeitos de interações entre fatores presentes”.

Deming alertou seu público que a versão do PDCA é frequentemente imprecisa porque a palavra inglesa “check” significa “segurar o ritmo”.

Mais uma vez, Deming modificou o Ciclo de Shewhart em 1993 e o chamou de Ciclo de Shewhart para o Aprendizado e a Melhoria – Ciclo PDSA. Deming o descreveu como um meio para aprender e melhorar produtos ou processos.

PDSA ou PDCA

Ao longo dos anos, Deming tinha fortes crenças sobre o Ciclo PDCA e queria distingui-lo claramente do seu PDSA. Numa discussão sobre qualidade de produto no U.S. Government Accounting Office, Deming foi questionado sobre como o PDCA e o Ciclo de Deming estavam relacionados.

Deming disse: “não há relação entre eles. O Ciclo de Deming é um programa de controle da qualidade. É um plano para a gestão. Quatro passos: desenvolver, construir, vender e testá-lo em serviço. Repita esses quatro passos várias e várias vezes. Talvez você possa dizer que o Ciclo de Deming (PDSA) é para a gestão e, o QC Circle é para um grupo de pessoas que trabalha com problemas encontrados na produção”.

Em 1990, Deming escreveu uma carta para Ronald D. Moen, comentando sobre seu livro e deixando claro que ele chamasse seu ciclo de PDSA e não o corrompido PDCA. Outra vez, em resposta à uma carta recebida em 1991, Deming comentou sobre o plan-do-check-act. “O que vocês propõem não é o Ciclo de Deming”, escreveu Deming. E continuou “Eu não conheço a fonte desse ciclo que você está propondo, pois eu não tenho ideia de como surgiu o tal do PDCA”.

Como evolui o Ciclo PDSA de Deming?

Em 1991, Moen, Nolan e Provost acoplaram mais coisas ao Plan do PDSA, colocando a obrigatoriedade da descrição das predições e da teoria associada para fundamentá-las. Antes de começar o ciclo, você deve dar os seus palpites e formular uma teoria para defende-los.

Os autores disseram que comparar os dados obtidos com a predição é a base para o aprendizado. Isso provém um ciclo dedutivo-indutivo necessário para o aprendizado, assim como determinado no método científico.

Isso não é suficiente para determinar que uma mudança resultou em melhoria durante um teste em particular. Conforme você vai construindo seu conhecimento, você precisa estar apto a predizer se uma mudança irá resultar em melhoria sobre diferentes condições que encontrará no futuro.

Três anos depois, o trio adicionou três perguntas da melhoria nesse tempero e criou o famoso Modelo para Melhoria. Essa, é um framework para desenvolvimento, teste e implementação de mudanças. A abordagem suporta uma grande gama de esforços de melhoria, indo de mudanças informais (ver e agir) até as mais complexas (projetos Lean Six Sigma).

Comments


Posts Destacados
Verifique em breve
Assim que novos posts forem publicados, você poderá vê-los aqui.
Posts Recentes
Procure por Tags
Siga
  • Google+ Long Shadow
  • Facebook Long Shadow
  • LinkedIn Long Shadow
  • Twitter Long Shadow
bottom of page